O Self
Traduzido por Deborah Jean Worthington,de https://www.carl-jung.net/self.html
O Self é o arquétipo da totalidade psíquica. Não é idêntico ao ego, mas se colocou de alguma maneira acima ou em outras palavras, entre a consciência do ego e o inconsciente. A realização do Self é o objetivo final do processo de individuação. Jung notou que, em alguns casos, o processo psicoterapêutico de seus pacientes não interrompe com uma melhor adaptação à realidade, mas continua por si mesmo, visando um alvo que não está presente no ego. Este alvo é o Self. O Self é na verdade uma conjunção (união) da consciência e do inconsciente. Essa conjunção é realizada gradualmente, assimilando o conteúdo do inconsciente com a ajuda dos sonhos interpretados da maneira Junguiana.
O Self aparece nos sonhos, mitos e contos de fadas como uma “personalidade superior”, como, por exemplo, um rei, um herói, um profeta, um salvador. Como símbolo da totalidade, ele aparece como um círculo, um quadrado, uma cruz, um quadrilátero do círculo ou mandala. Quando representa a unidade dos opostos, é uma dualidade unificada, como o diagrama do T’ai Ch’i, que contém os opostos yin-yang, o herói e seu oponente (demônio, dragão), Fausto e Mefistófeles, etc. caso os opostos sejam descritos como forças ou princípios complementares que apontam para uma unidade superior. Uma figura frequentemente encontrada nos sonhos do homem moderno, o Self é o personagem meio homem e meio animal ou, eticamente, um monge e um esbanjador ao mesmo tempo. A realização da unidade entre os opostos no nível pessoal é precisamente o objetivo do processo de individuação. Mas talvez o aspecto mais importante do Self seja sua numinosidade (capacidade de suscitar sentimentos intensos de admiração). Segundo Jung, a experiência do Eu no nível empírico, pessoal, é semelhante a uma revelação religiosa. Sendo o Ser, psicologicamente falando, o equivalente ao conceito de divindade suprema ou Deus. A identificação do ego com o Self pode levar à inflação ou, nas palavras de Jung, a “uma espécie de super-homem nebuloso com um ego inchado”. (Sobre a natureza da psique “, CW 8, par. 430.)
Jung sobre o Self o processo de individuação.
Os símbolos do processo de individuação que aparecem nos sonhos são imagens de natureza arquetípica que retratam o processo centralizador ou a produção de um novo centro de personalidade. Uma idéia geral desse processo pode ser obtida em meu ensaio, “As relações entre o ego e o inconsciente”. Por certas razões mencionadas, chamo esse centro de “eu”, que deve ser entendido como a totalidade da psique. O Self não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que abrange tanto o consciente quanto o inconsciente; é o centro dessa totalidade, assim como o ego é o centro da consciência. (Psicologia e Alquimia, Princeton University Press, 1993, par. 4.)
Mais recursos: Nas Obras Completas de Carl Jung, os livros: Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, fornecem informações valiosas sobre o arquétipo do Self. Você pode encomendar este livro na Amazon.com: http://amzn.to/2BjT9t9. Ou via Editora Vozes.
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